“Também Guardamos Pedras Aqui”: poesia de Luiza Romão vira peça subversiva

“Também Guardamos Pedras Aqui” (Editora Nós) está em cartaz no Sesc Vila Mariana até 18 de maio. A peça é uma adaptação do livro homônimo da autora e atriz Luiza Romão, laureado em 2022 com o Prêmio Jabuti nas categorias Poesia e Livro do Ano.

“O Prêmio Jabuti possibilitou que meu trabalho chegasse a muitos leitores novos. Até então, meus livros eram vendidos de mão em mão, após leituras, batalhas [de slam] e performances. E de repente, eles estão por toda parte, em bibliotecas, feiras, livrarias e escolas, encontrando um público que não me conhecia”, contou a autora em entrevista à Bravo! publicada no ano passado.

Sob a direção de Eugênio Lima, o espetáculo apresenta uma encenação performática dos poemas que subvertem os clássicos “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero, para jogar luz sobre narrativas e personagens femininas historicamente apagadas.

“Fui mapeando as atmosferas, percebendo que o livro era sobre violência, era sobre a literatura ocidental ser fundada a partir de um massacre, era sobre como essas tecnologias de morte chegam na América Latina via processo colonial e causam um estrago imenso e contínuo, que se perpetua até hoje, era sobre reler os clássicos e questionar esse estatuto canônico, era sobre uma viagem no tempo, era sobre escavar vozes femininas soterradas ao longo da história”

Os versos de Romão serão performados de inúmeras formas: falados direto no microfone, reproduzidos com efeitos de delay ou sobreposição, falados sem o auxílio de um amplificador de volume ou simplesmente escritos. A apresentação será acompanhada de projeções com trechos de filmes e registros de ações urbanas assinadas por VJ Vic Von Poser. 

Leia a entrevista completa com Luiza Romão abaixo:

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