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“A Herança”: um tratado atual sobre ser gay

Espetáculo do autor Matthew Lopez, que fala sobre o debate intergeracional entre homens gays, ganha montagem em São Paulo

Por Humberto Maruchel
Atualizado em 11 ago 2023, 16h34 - Publicado em 15 mar 2023, 11h06
cena da peça "A Herança"
 (Hudson Rennan/divulgação)
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No comando da produção e também estrelando um dos espetáculos mais esperados da temporada, Bruno Fagundes não tem achado fácil fazer teatro: “Uma peça só acontece porque sempre tem um ator muito filho da puta que quer que ela aconteça”, ele me diz durante um dos ensaios abertos de A Herança, adaptação do texto do dramaturgo norte-americano Matthew Lopez, em cartaz desde 9 de março, no Teatro Vivo, em São Paulo. Trata-se de uma odisseia de seis horas divididas em duas sessões abordando o que é ser gay na atualidade, que fica em cartaz até o final de abril.

Durante as duas semanas anteriores à estreia acompanho esses ensaios do grupo, composto por doze atores queer, além da atriz Miriam Mehler, primeiro em um espaço na região central da capital paulistana e depois no próprio teatro. Lá no Centro, a entrada é comedida. Tem um balcão do que parece ser uma lanchonete que nunca foi inaugurada, algumas mesas, banheiros e, ao fundo, uma porta central. Aberta, a sala onde os atores se reúnem chega a intimidar.

Pouco tempo depois, Reynaldo Gianecchini chega ao local. Ele se acomoda e senta sozinho, no fundo, para estudar o texto. Bruno entra quase na sequência. Sorridente, ele carrega alguns apetrechos para posicionar no palco, mas sua expressão logo muda quando precisa quebrar a cabeça para encontrar a melhor maneira de acomodar as diversas garrafas de bebida que entrarão em cena sem deixá-las com o aspecto de frascos comprados em mercados ou empórios. Quando volta a falar das dificuldades de captar recursos para a produção do espetáculo, diz: “Nenhum de nós está aqui por dinheiro. O público não sabe que nós temos que pagar até o ingresso impresso. Custa caro montar uma estrutura dessas.”

“Uma peça só acontece porque sempre tem um ator muito filho da puta que quer que ela aconteça”

Bruno Fagundes

O elenco considerava que a temática LGBTQIAP+ poderia sofrer resistências diante do cenário político que se encontrava. Bruno conta que, quando finalizaram o projeto, enviaram o texto para uma primeira avaliação da Secretaria da Cultura, que substituía o Ministério da Cultura durante o governo Bolsonaro. Já haviam se debruçado sobre o texto inúmeras vezes, parecia tudo certo. No entanto, após algumas leituras feitas por um software da Secretaria, o projeto voltava sempre com o aviso de que havia palavras erradas. “Nós revisamos diversas vezes, até que o Zé [o diretor Zé Henrique de Paula] teve uma grande sacada e notou o que poderia estar travando o projeto”, o produtor-ator diz. Logo no início do texto há a informação de que o enredo traz a história de um casal gay, e então o diretor sugeriu que tirassem a palavra “gay”. Quando encaminharam o projeto novamente, foi aceito.

Bruno Fagundes, A Herança
(Hudson Rennan/divulgação)

Encontrar a própria voz

O espetáculo começa com 10 homens gays numa sala de criação. Querem escrever uma peça, mas não sabem por onde começar. Então, seu autor favorito, E. M. Forster aparece, como uma luz de inspiração que clareia não somente as vielas de uma escrita bloqueada, mas que reitera as potencialidades de cada um, como uma voz interna que os faz persistir em suas vidas, dando sentido a cada uma de suas escolhas. Apesar de colecionar um número muito reduzido de experiências como um homem gay enquanto esteve vivo, Forster, interpretado brilhantemente por Marco Antônio Pâmio, se torna um tipo de conselheiro para os outros personagens.

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Em frente ao espaço de ensaio, há uma empresa que produz cenários para teatro. As latas de spray, com as quais Bruno queria pintar as garrafas, estavam entupidas. Atravessamos a rua para pedir ajuda aos marceneiros enquanto os demais atores vão chegando no espaço, despertando olhares curiosos de quem caminha pela rua. Todos vestem roupas pretas de ensaio, parecem confortáveis, despojados. Conversam e riem entre si, deixando passar vários minutos do momento que começarem seus exercícios. Então, é como se toda dispersão ficasse da porta para fora, passando por um dos atos da segunda parte da peça durante toda uma hora. Quando terminam, parecem mais do que prontos, mas não satisfeitos. “Que caos”, um deles desabafa.

Quinze dias depois, decidem convidar o público para ensaios abertos. A pergunta é se a montagem de A Herança conseguirá causar o mesmo impacto quando estreou no Young Vic, em Londres, e na Broadway, em Nova York, ou na leitura solitária de cada ator. As duas noites antes da estreia são os primeiros testes.

“Acho que hoje em dia, um dos aspectos que me pega muito especificamente como um homem gay e que vive hoje é: qual é a história que a gente conta dessa comunidade e para quê essa comunidade serve? Quem veio antes da gente? O que a gente está deixando de legado?”

André Torquato

Remontar uma peça de autor estrangeiro não é nada simples. Envolve muitas conversas, negociações e, ao fim, é necessário acatar os termos do escritor. Um deles era não mexer no contexto, nos nomes dos personagens e local onde se passa o enredo. Como se bem sabe, Brasil e Estados Unidos compartilharam algumas semelhanças de contexto político nos últimos anos. Ambos foram governados por figuras populistas da extrema direita, e que foram vocais contra direitos das minorias. A trama, portanto, se passa nos EUA, e o que se discute ali são elementos da política estadunidense, ainda que seja possível imaginar se passando no Brasil contemporâneo. Donald Trump ainda não havia vencido as eleições de 2016, e a perspectiva de conquistar uma das posições mais poderosas do mundo assusta os personagens, pois coloca em cheque os seus direitos alcançados.

Um fio invisível parece conectar Foster, Lopez, Bruno, Gianecchini e demais elenco. Forster passou a vida inteira dentro do armário. Mal pôde escrever a respeito do que despertava seus desejos e paixões. De certa forma, ele deu uma segunda chance ao aclamado autor com o texto teatral. Lopez, por sua vez, não precisou esconder a sexualidade. A Herança é uma espécie de releitura de uma das principais obras de Forster, Retorno a Howard’s End.

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A solidão e a negação de si mesmo, entretanto, eram fatores com que Lopez precisava lidar enquanto escrevia A Herança. Ele contou à revista The New Yorker que, embora vivesse em tempo muito distinto do autor britânico nascido no século XIX, quando leu os diários de Forster foi como se estivesse lendo sobre si mesmo. Aqui, é importante destacar, trata-se de um homem branco gay de uma elite intelectual.

Reinaldo Gianechini e Bruno Fagundes em cena da peça
(Hudson Rennan/divulgação)

Um olhar sobre a solidão

A Herança recorda outras importantes obras da literatura e do teatro, como As horas, de Michael Cunningham, adaptada para o cinema com Meryl Streep, Julianne Moore e Nicole Kidman, que também apresenta histórias de personagens, de alguma maneira, entrelaçadas pela escrita de uma autora, Virginia Woolf.

Mas na vastidão de temas pelos quais a peça de Lopez navega, como o amor, preconceito, é a liberdade que ganha um espaço generoso. Ser um homem gay cis, atualmente, é uma experiência muito menos atravessada pelo medo do HIV/Aids. Embora seja ainda um problema a ser enfrentado, não é possível fazer um paralelo com a realidade dos anos de 1980 e início dos 90, quando o diagnóstico era quase um atestado de morte prematura.

“Não conseguia parar, foi como uma maratona. Acho que foi o texto de teatro mais lindo que já li”

Reynaldo Gianecchini
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Nesse aspecto, a peça é também uma releitura contemporânea de Angels in America, de Tony Kushner, que mostra dois personagens serem consumidos pela Aids. Em A Herança, seus personagens exploram suas liberdades num mundo em que já existe a Prep (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) e tratamentos eficazes contra o vírus. Há uma exploração desenfreada da sexualidade, que remete a tempos anteriores à Aids. Os medos hoje são outros, as perguntas também, entre elas uma que gira em torno do que vem a seguir para essa geração. “E depois?”, Forster insiste em questionar Toby, um dos protagonistas e anti-herói.

Rafa Primot
(Hudson Rennan/divulgação)

Em 2017, Michael Hobbes, um jornalista contemporâneo a Lopez, também se pôs a meditar sobre o que significa ser um homem gay nos dias atuais. Analisou a situação de seus amigos e também de desconhecidos. As respostas que encontrou, no entanto, não foram muito animadoras. Há uma epidemia de solidão gay ainda pouco discutida. Uma dor quase que passada de geração a geração. Para ambos, Hobbes e Lopez, o presente só é possível ser lido pela lente do passado, daqueles que vieram antes, que morreram ou que lutaram por uma existência mais digna. O desafio é dar um destino feliz aos seus personagens, fugindo de narrativas que tendem a escorregar para um fim trágico.

A preparação antes do palco

Antes de chegar ao Brasil, a montagem de Zé Henrique de Paula do texto A Herança fez um circuito que passou de mão em mão por artistas brasileiros, e por onde passava causava fascínio e a imensa vontade de encenar a peça. Um dos primeiros a entrar em contato foi André Torquato (que vive Adam e Leo), que morou alguns anos em Nova York. Conhecido por atuar em grandes musicais como West Side Story, parte de seu treinamento se deu numa das principais capitais do mundo, que é também cenário da Broadway. Lá assistiu à peça de Lopez. Saiu deslumbrado.

Anos mais tarde, no Brasil, André estava atuando no musical Zorro – Nasce uma Lenda, ao lado de Bruno Fagundes, que faria uma viagem a Nova York depois do fim da montagem. Ele, que normalmente se divide nas funções de ator e produtor, está sempre em busca de novos textos. A dica era para assistir A Herança, que acabara de estrear na Broadway. Quando saiu do espetáculo, Bruno se viu na obrigação de tentar trazê-lo para o Brasil.

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A Herança
(Hudson Rennan/divulgação)

“Acho que hoje em dia, um dos aspectos que me pega muito especificamente como um homem gay e que vive hoje é: qual é a história que a gente conta dessa comunidade e para quê essa comunidade serve? Quem veio antes da gente? O que a gente está deixando de legado?”, reflete André. “Ao mesmo tempo em que ela é muito específica sobre a comunidade gay, ela também fala do da experiência do ser humano no mundo. Todos estão tentando se encontrar de alguma maneira, e entender o que estão fazendo aqui, ou quem são neste mundo. Isso vai ser uma questão eterna do ser humano.”

André vive dois personagens com trajetórias semelhantes, mas de classes sociais muito distintas. Isso, por si só, é determinante para o destino de cada um deles. “Esses dois personagens estão ali tentando entender qual é o lugar no mundo, mas a maneira como a comunidade e as pessoas, especificamente os personagens da história, tratam os dois, expõe essa disparidade. Os fins das suas histórias são completamente diferentes e a única diferença que pesa entre eles é a classe social.”

“O que mais me impressionou foi o potencial de comunicação que a peça tem. Ela aborda temas absolutamente profundos, necessários, universais e atemporais. É muito raro de encontrar tudo isso numa peça de teatro. E ela fala de um tema central, um que me interessa muito e que precisamos falar cada vez mais, que é a questão da comunidade LGBTQIAP+”

Bruno Fagundes

Uma pandemia mais tarde, Bruno soube por fofocas de bastidores que o diretor Zé Henrique de Paula estava negociando para adquirir os direitos do espetáculo. Decidiu, então, unir forças. Com o sonho mais ou menos de pé, convidou Reynaldo Gianecchini a se juntar e enviou o texto ao amigo.

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Giane, como costuma se apresentar, leu o texto de uma só vez. “Não conseguia parar, foi como uma maratona.” Quando terminou, sem saber como estaria sua disputada agenda de trabalhos, ligou para Bruno e disse: “Não sei como e de que jeito, mas quero fazer parte dessa peça.”

“Acho que foi o texto de teatro mais lindo que já li”, conta Giane sobre as primeiras impressões.

Na outra ponta, o diretor Zé Henrique de Paula já estava em contato com o autor. Ele ligou para um dos atores com quem trabalhou diversas vezes no último ano. Do outro lado da linha, André Torquato foi convidado a participar daquela peça que tanto lhe inspirou anos antes. Era o nó final daquela costura, que parecia indicar que o texto, de fato, precisava ganhar uma encenação por aquele elenco.

Walace
(Hudson Rennan/divulgação)

Do momento em que receberam o texto traduzido, empenho realizado por Zé, tiveram exatamente dois meses para montar a peça de 300 páginas, dividida em duas partes, com três horas cada. “O que mais me impressionou foi o potencial de comunicação que a peça tem. Ela aborda temas absolutamente profundos, necessários, universais e atemporais. É muito raro de encontrar tudo isso numa peça de teatro. E ela fala de um tema central, um que me interessa muito e que precisamos falar cada vez mais, que é a questão da comunidade LGBTQIAP+”, conta Bruno Fagundes.

Para ele, é como se o autor tivesse feito um recorte das questões do ser gay e construísse um verdadeiro tratado. Nesse estudo, seria inevitável olhar para esses personagens apenas em sua individualidade, sem um elo com a comunidade. Apesar de a solidão ser um elemento real, o vínculo com uma comunidade, com a sua história, e a busca por pertencimento também devem ser.

A herança de Forster

O autor que inspira A Herança, Forster, viveu em um tempo em que não era possível ser abertamente gay. Se isso ocorresse, poderia ser condenado por sodomia, o que levaria para caminhos nefastos. Até 1861, a pena era de enforcamento. A prisão e a castração química permaneceram sendo realidades por muito mais tempo. A descriminalização ocorreu apenas em 1967, com a condição de que a relação envolvesse homens com mais de 21 anos e a demonstração de afeto acontecesse em ambiente privado, longe dos olhos dos outros. “O grande homenageado na peça é Forster. Imagina um autor em 1913 escrever um romance sobre dois homens que se apaixonam e que terminam bem, se amando [o texto Maurice]. Isso foi revolucionário, mas ele teve medo de publicar. Então, deu uma cópia a seu melhor amigo, que só teve a iniciativa de publicá-lo após a morte de Forster”, explica Fagundes.

A Herança
(Hudson Rennan/divulgação)

Bruno interpreta Eric Glass, um dos personagens mais queridos da peça e, possivelmente, o herói. Na trama, ele está prestes a ser despejado do apartamento que foi alugado na década de 1950 por sua avó, uma sobrevivente do holocausto. Naquela época, o aluguel de um apartamento numa região nobre, em frente ao Central Park, ainda era algo possível de ser sustentado pela classe média. Mas o apartamento está em disputa judicial, e o rapaz se vê impossibilitado de vencê-la.

Nesse entremeio, ele vê seu relacionamento com Toby (Rafael Primot), um dramaturgo narcisista de origem pobre, desmoronar. Eric lamenta a falta de pertencimento a uma comunidade e, apesar de ter um grupo sólido de amigos, se percebe muito só. Então, ele se aproxima de Walter (também vivido por Marco Antônio Pâmio), um idoso gay, casado com Henri (Reynaldo Gianecchini). Durante os anos de 1980, Walter acolheu e cuidou de muitos amigos e desconhecidos gays, que foram vítimas da Aids, em seus momentos finais. Ele é a ligação com a história dessa comunidade que Eric tanto busca.

“Não sei se estaria tranquilo para aceitar esse convite se fosse anos atrás. Apesar que temos que entender que um trabalho artístico é um trabalho artístico. Você não precisa ser gay para fazer um personagem gay. Mas não é sobre isso que estamos falando. Acho que com essa peça estamos indo além. Todos os atores que estão lá têm o compromisso com quebrar esses tabus, dar uma voz para essa comunidade”

Reynaldo Gianecchini

Se pensarmos na estrutura de uma tragédia, é, justamente, a desmedida do herói que o empurra para o seu destino fatídico. A qualidade das escolhas que faz no meio do caminho são vitais. A ligação com a história de gerações passadas parece ser o elemento para que esse herói fuja da tragicidade. “Ela traz diversas perguntas: quais são os limites e as responsabilidades de uma geração em relação a outra? Qual é a obrigação de uma geração em relação a outra? O que estamos deixando de legado? Não à toa, a peça se chama A Herança. É uma discussão geracional do que é ser gay, desde o meio do século passado até hoje”, afirma Bruno. “Fui um adolescente nos anos 2000. E nesse tempo ainda traziam muito fortemente a ideia de que Aids mata. Então como isso nos transformou? Como isso atingiu o meu desejo? Isso mexeu completamente com a minha percepção do mundo. Isso é, obviamente, uma herança, não é?”

Um tipo de coro moderno testemunha o desenrolar da peça que está sendo escrita. Felipe Hintze, Cleomácio Inácio, Davi Tápias, Haroldo Miklos, Rafael Américo, Wallace Mendes e Gabriel Lodi se dividem entre narradores e os amigos de Eric e Toby. O grande parceiro de cena de Bruno, Gianecchini vive Henry, um gay mais velho bilionário, que cultiva valores muito mais conservadores. É um típico apoiador de Trump ou de Bolsonaro, caso a peça se passasse no Brasil.

Em entrevista, Giane contou que a peça chegou até ele no momento certo, em que não possui mais um contrato fixo com uma emissora e pode se permitir explorar projetos mais desafiadores e com os quais se identifica. Por ser um ator veterano de imensa visibilidade e sucesso, ele reflete se no início de sua carreira se sentiria confortável de fazer uma peça como essa. “Não sei se estaria tranquilo para aceitar esse convite se fosse anos atrás. Apesar que temos que entender que um trabalho artístico é um trabalho artístico. Você não precisa ser gay para fazer um personagem gay. Mas não é sobre isso que estamos falando. Acho que com essa peça estamos indo além. Todos os atores que estão lá têm o compromisso com quebrar esses tabus, dar uma voz para essa comunidade. Foi um elenco escolhido a dedo, com uma história ali. E nesse momento eu considero que tenho uma história também de abertura com o movimento LGBTQIAP+.”

Com um olhar generoso com a própria caminhada, ele engata em outro pensamento: “Tudo acontece na hora certa.”

beijo final – peça
(Hudson Rennan/divulgação)
A Herança

Teatro Vivo – Av. Chucri Zaidan, 2460 – Vila Cordeiro, São Paulo
Até 30/4. Quintas e sábados às 20h (parte 1) ; sextas às 20:00 e domingos às 18h (parte 2)
Observação: Entre os dias 9/3 e 23/3, a parte 1 será exibida de quinta a domingo. A partir do dia 24/3, com a estreia da parte 2, os horários serão os descritos acima
Sessões duplas: Dias 8/4 e 22/4 – 1° sessão, às 16h e 2° sessão às 20h
Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)

 

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