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78 anos de Belchior: relembre o legado do compositor

Autor de clássicos como "Como Nossos Pais" e "Velha Roupa Colorida", o compositor lançou 14 álbuns de estúdio e segue como uma das grandes figuras da MPB

Por Humberto Maruchel
25 out 2024, 08h00
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Em 2004, tocando "Apenas um rapaz latino-americano" (Fabio Dutra/ Wikicommons/reprodução)
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Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, nosso eterno Belchior, completaria 78 anos neste sábado (26), se estivesse vivo. Nascido em Sobral (CE), em 1946, Belchior foi cantor, poeta, compositor, músico, produtor e artista plástico. Desde a infância, dedicou-se intensamente à música, cantando em feiras e estudando piano e até canto gregoriano nas horas vagas. No entanto, sua trajetória não foi linear. Com 22 anos, ele ingressou em Medicina na Universidade Federal do Ceará, mas abandonou o curso no quarto ano para se dedicar integralmente à música.

Na década de 1970, Belchior transformou a música em sua profissão, apresentando-se em festivais que o incentivaram a continuar. Em 1971, venceu o IV Festival Universitário da MPB, da TV Tupi e logo se mudou para o Sudeste, primeiro para o Rio de Janeiro e, posteriormente, para São Paulo. Sem o apoio da família e enfrentando dificuldades de adaptação e falta de recursos, sua música “Mucuripe”, coescrita com Fagner, ganhou notoriedade na voz de Elis Regina, que já estava em seu auge.

Em 1976, Belchior lançou o álbum Alucinação, considerado um dos maiores tesouros da MPB. O disco traz clássicos como “Apenas um Rapaz Latino-Americano”, “Como Nossos Pais” e “Velha Roupa Colorida”. As duas últimas canções foram regravadas por Elis, que lançou o álbum Falso Brilhante no mesmo ano e, curiosamente, foi gravado em pouco mais de 24 horas. Na época, Belchior enfrentava dificuldades financeiras a ponto de Elis ter que pagar o táxi do compositor após uma apresentação.

A parceria entre eles representou uma nova fase na carreira de Elis, que começou a dialogar mais com o gênero popular. Belchior, por sua vez, mesclou MPB, rock e canções tradicionais em suas composições, sempre repletas de questões políticas e sociais, sem deixar a poesia de lado. Em músicas como “A Palo Seco”, ele criticou abertamente o regime militar: “Que esse desespero é moda em 76 / Mas ando mesmo descontente / Desesperadamente, eu grito em português (…)”.

Ao longo de sua carreira, Belchior lançou 14 álbuns de estúdio, entre LPs e CDs, sem contar parcerias e gravações ao vivo. Seu último álbum foi Autorretrato, de 1999. Belchior faleceu enquanto dormia, em Santa Cruz do Sul (RS), no dia 30 de abril de 2017, em decorrência do rompimento da artéria aorta.

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Relembre abaixo alguns de seus principais sucessos:

“Como Nossos Pais”

“Apenas um Rapaz Latino-Americano” (

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“Velha Roupa Colorida”

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“Sujeito de Sorte”

“Mucuripe”

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