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Filme “Ainda estou aqui” chega aos cinemas; relembre a trajetória de Walter Salles

O longa retrata a busca incansável de Eunice Paiva por seu marido, Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar

Por Humberto Maruchel
7 nov 2024, 08h00
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Fernanda Torres vive Eunice Paiva no filme "Ainda estou aqui" dirigido por Walter Salles e escolhido como o representante brasileiro no oscar (Sony Pictures/divulgação)
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Estreia hoje (7) nos cinemas brasileiros o filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, o longa é baseado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva e conta a história de sua família durante os anos de repressão da ditadura militar.

O enredo gira em torno da busca incansável de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, pelo paradeiro de seu marido, Rubens Paiva, desaparecido após ser preso por agentes do regime. O filme teve sua estreia mundial em agosto, na 81ª edição do Festival de Veneza, e foi exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

A obra marca o reencontro de Walter Salles com Fernanda Torres, com quem trabalhou anteriormente em Terra Estrangeira e O Primeiro Dia, e com Fernanda Montenegro, sua parceira em Central do Brasil, filme que rendeu à atriz uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

Ainda Estou Aqui recebeu críticas positivas nos festivais de Veneza e Toronto, este último considerado um importante indicador para as premiações da Academia, aumentando as expectativas de uma possível indicação ao Oscar. No Festival de Veneza, o longa venceu o prêmio de Melhor Roteiro, e Fernanda Torres foi indicada na categoria de Melhor Atriz.

Walter Salles, que conheceu a família de Marcelo Rubens Paiva durante a infância, falou sobre suas lembranças dessa época em coletiva de imprensa: “O que lembro daquela casa é como os diferentes grupos de amigos do Marcelo e das irmãs se misturavam. As discussões políticas se espalhavam de um canto a outro. O que eu não sabia era o que viria depois. Um dia, chegamos e a casa estava fechada. A ditadura afeta não só as pessoas, mas também a linguagem. Elas já não podem dizer o que realmente pensam. A narrativa do filme, então, torna-se muito mais subjetiva: é preciso olhar para o outro para entender o que está acontecendo.”

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Relembre a trajetória do diretor Walter Salles

Formado em Comunicação Audiovisual na Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, Walter Salles traz mais de 20 produções no currículo, entre longas e curtas-metragens. O cineasta iniciou sua carreira no final dos anos 1980 com Japão, uma Viagem no Tempo: Kurosawa, Pintor de Imagens, em homenagem ao cineasta Akira Kurosawa e ao ator Toshiro Mifune. Ganhou destaque internacional com Central do Brasil (1998), que venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim e foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Em 2003, ele foi eleito um dos 40 melhores diretores do mundo pelo jornal britânico The Guardian e se consolidou como um dos nomes mais fortes do audiovisual brasileiro.

Nos anos 2000, dirigiu importantes filmes como Abril Despedaçado (2001), Diários de Motocicleta (2004) e Linha de Passe (2008). Sua incursão em Hollywood ocorreu com Água Negra (2005) e se repetiu com On the Road (2012), adaptação do clássico de Jack Kerouac. Ainda Estou Aqui é sua maior produção desde então.

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